A activista sueca Greta Thunberg despertou um movimento à escala global em defesa do planeta. Por todo lado, cresce o entusiasmo pelo grito dos jovens. Quais os resultados concretos, só a História concluirá. De um aspecto não tenho a mínima dúvida, é que esse grito universal se multiplica tal como um eco, pelo que, certamente, embora os interesses sejam gigantescos, alguma coisa acontecerá.
Ora, a escola deveria estar na dianteira desta luta e das manifestações, quando uma causa maior, a de salvar a Terra, é, neste momento, muito mais importante que o cumprimento dos programas. Mas, parece que não. E a propósito de uma greve às aulas pela defesa da nossa "casa comum" ouvi, uns, dizerem que as as faltas "não seriam justificadas", outros, que teriam justificação se os pais assinassem um documento de permissão. Houve, até, directores de escola que garantiram que os estabelecimentos iriam "funcionar normalmente com a realização de aulas e testes".
Pessoalmente, não entendo estas posições. Ou melhor, entendo, se tiver presente a mentalidade reinante no sistema educativo. Bastaria que alguns pensassem um pouco e logo chegariam, no mínimo, a três conclusões: primeiro, que a Terra não pode esperar; segundo, que uma manifestação pelo ambiente, com tudo o que implica de preparação, estudo, consciencialização e cidadania, é mais importante que muitas semanas de aulas sobre assuntos que pouco ou nada transportam para a vida; terceiro, que a manifestação, no essencial, corresponde à prática do que a escola tenta consciencializar ao longo dos anos. O problema é que, para o sistema, primeiro, estão a burocracia e os manuais, depois... depois tudo o resto, onde se incluem as iniciativas que nascem e vivem como preocupações maiores dos jovens.
Oh Escola por que não mudas? Por que não te associas? Que razões te levam a não te colocares na dianteira da sociedade, puxando-a para o conhecimento?
Ilustração: Google Imagens
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