segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Professores a menos ou a mais?

 

Mais uns dias e os alunos "regressam" à Escola. Neste momento, assiste-se ao problema de uma alegada falta de professores em função dos horários curriculares dos alunos. Sobretudo nos últimos anos, esta cantilena repete-se e acentua-se. De uma forma enervante, porque ninguém querer olhar de forma distintiva e portadora de futuro.



Mas será que temos professores a menos? Ou será que temos sistema educativo a mais? Se nos enquadrarmos nas lógicas organizacionais e pedagógicas dos últimos duzentos anos, obviamente que faltam professores. Cada disciplina um professor. E como à escola tudo vai parar, logo, o défice será sempre maior.

Só que nós estamos no século XXI, os tempos são outros, vivemos cercados de tecnologia e a extensa investigação produzida diz-nos que, organizacional e pedagogicamente, a aprendizagem já não se faz através da segmentação das disciplinas. O conhecimento é global e integrado. Entre muitos outros e em síntese, diz-nos Salman Khan que "(...) a escola tradicional não responde ao funcionamento do cérebro, porque as redes neuronais funcionam com a associação de ideias, não com temas estanques" ou autoconclusivos. Portanto, está em causa a segmentação das disciplinas.

Aos que têm responsabilidades políticas sugiro a metáfora do "homem do aspirador". Quando todos sopravam houve um que procurou fazer o movimento contrário. Descobriu o aspirador e ficou rico. Moral da história: que vejam o outro lado. Se por aí forem, porventura teremos professores a mais e descobrirão que é o Sistema Educativo que está errado. Pensem nisso!

Para além deste aspecto e não se trata de uma frase feita, "mais escola não significa melhor escola".

Ilustração: Google Imagens.

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