As provas de aferição servem para aferir o quê? Que consequências elas têm no plano material, pedagógico e didático? Fazer uma prova de aferição num segundo ano quando a criança ainda nem sabem ler e escrever com desembaraço suficiente? Aberração! Fazer provas de aferição para dizer que as escolas de Lisboa e do Porto têm melhores resultados do que as escolas do interior? Que as escolas inseridas em meio sócio-económico desfavorecido apresentam resultados aquém da média regional e nacional? E daí?
Que consequências vamos obter desta reflexão de estatísticas vazias de sentido? Vão os professores das “best scholls” vir às outras escolas transmitir a magia de ensinar melhor? Ou vão dizer apenas que os seus alunos provêm de estratos sócio-económicos mais favorecidos, onde não falta o pão, onde o peso das dívidas não é preocupante para os encarregados de educação, onde os pais têm mais formação para apoiar didaticamente os seus filhos. Mude-se o País por completo, tornando-o menos desigual do ponto de vista económico e social e só depois disso tudo (...)"
NOTA
Texto publicado, hoje, nas "Cartas do Leitor" do DN-Madeira, assinada por Carlos Pereira.
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