segunda-feira, 22 de junho de 2020

Ensino online no próximo ano lectivo... Não por favor!!!


NOTA

Uns consideram uma "fraude" o ensino realizado através das várias plataformas; outros,  no seguimento de estudos realizados, afirmam ser uma "farsa". Genericamente, concordo. Nada substitui a presença física na escola, conjugada com a acção transversal dos professores. A pandemia "justificou" a opção, muito embora, entenda eu, que este tempo deveria ter sido aproveitado não no espaço obsessivo do cumprimento dos programas, mas para outro tipo de acção não circunscrito aos manuais. Há tanto por fazer e tanto por descobrir no sentido de garantir as bases da curiosidade e o interesse pelo conhecimento. O que foi realizado acabou por ser uma tentativa de resposta (péssima), em casa, à enervante rotina da escola. Pelo caminho infernizou  professores, pais e avós. E não estarei longe da realidade se, infelizmente, lá para Setembro/Outubro, o tenebroso vírus voltar a atacar, venhamos a ser confrontados com um novo confinamento e, concomitantemente, uma limitação no acesso aos estabelecimentos de aprendizagem. Lembrem-se que, para já, sobretudo no "básico", insisto, o que está em causa é um novo sentido organizacional, curricular, programático e pedagógico. A escola da rotina morreu. Os jovens dispensam-na!

A "carta do leitor", hoje publicada no dnotícias, no essencial, constitui uma chamada de atenção para quem, parece, "andar a dormir na forma".

"A continuar o ensino online no próximo ano lectivo estão a destruir a infância e a qualidade do Ensino! Quero acreditar que o Sr. Presidente do Governo e o Sr. Secretário da Educação têm a consciência da responsabilidade que têm nas suas mãos... o futuro dos nossos filhos! Repensem no caminho que estão a traçar. Invistam dinheiro na melhoria das escolas, na reabertura de escolas que se encontrem fechadas, em contratar mais professores e assistentes operacionais, em criar turmas mais reduzidas, nos recreios das nossas escolas, em computadores nas salas... Invistam nas escolas reais e presenciais... invistam no sucesso e felicidade das crianças! Uma criança é feliz a aprender com outras crianças, com um professor real que as acolhe de manhã quando chega, que sente as suas inseguranças e festeja as suas conquistas. Uma criança cresce saudável se respeitarem a sua natureza! Não podemos aceitar que um país, em nome de um vírus, faça isto a uma geração. Chega desta alienação digital! Nunca um livro poderá ser substituído por um ecrã! Nunca um professor poderá ser substituído por um computador! Basta 50 minutos de ecrã para se constatar hiperactividade, sono menos profundo, cansaço, perda de memória, diminuição da capacidade de concentração e sintomas depressivos. Não sou eu que o digo! São os estudos! Não deitem por terra o futuro desta geração! Vamos lidar com uma geração que não sabe pensar, que não tem criatividade, que vive medicada, drogada e alienada. É essencial tratar a parte emocional e social com o devido respeito. Com o mesmo respeito que lidamos com a covid-19. Ouçam os especialistas, professores, psicólogos, pedopsiquiatras... ouçam os pais e principalmente escutem com o coração as crianças!"

A. Margarida Oliveira, mãe do Tomás e do Guilherme

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