sábado, 9 de janeiro de 2021

Confinamento vs funcionamento dos estabelecimentos de aprendizagem

 

Por princípio não gosto de escrever sobre o que não domino. Não fiz esse esforço para perceber, no plano científico, embora com todas as lacunas da minha parte, a posição que o governo pretende assumir: confinamento geral, porém, com o normal funcionamento dos estabelecimentos de aprendizagem. Confesso a minha dificuldade em compreender a lógica desta posição, embora só Terça-feira, na reunião a ter lugar no Infarmed, esta questão fique esclarecida.



"Não bate a bota com a perdigota", pelo menos para mim, com todas as ressalvas da minha ignorância. Até porque, ainda ontem, no programa "Antena Aberta" da RDP, programa conduzido pelo jornalista António Jorge, escutei um académico Carlos Antunes, Professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa que, face aos dados, assumiu ser completamente desaconselhável a abertura dos estabelecimentos de aprendizagem. Os leitores podem seguir o seu depoimento a partir dos 28'12" até aos 32'00, ou então, todo o seu esclarecedor depoimento entre os 10'24" e 36'15". Fiquei esclarecido. Por isso, é  de difícil entendimento as dúvidas do(s) governo(s). 

Ademais ninguém deseja um confinamento, mas creio, à luz dos dados, que o Sistema de Saúde não vai conseguir suportar.

Relativamente à aprendizagem, a 27 de Agosto de 2020 escrevi aqui um texto onde salientei:

"(...) perante uma situação de pandemia que nos ataca por qualquer lado, por maiores que sejam os cuidados, não entendo que os governantes queiram o melhor dos dois mundos: isto é, compaginar as preocupações da pandemia com o cumprimento dos exaustivos programas escolares, desejando, por extensão um normal funcionamento da escola. Como se nada estivesse a acontecer. Não é possível tal conjugação, por melhores que sejam os actos de limpeza/desinfecção dos espaços e todas as práticas de segurança pessoal. (...) no "actual sistema de ensino", implicaria uma substancial redução dos programas, interligando-os ao longo dos anos, de tal forma que o ESSENCIAL fosse separado do ACESSÓRIO. (...) Que ninguém se esqueça que existe muita "tralha" programática que poderia e deveria ser evitada".

Aguardemos por Terça-feira! Do meu ponto de vista, tal reunião já deveria ter sido ontem. Haja bom senso, porque a morte espreita.

Ilustração: Google Imagens.

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