Este artigo de opinião publicado na edição de ontem do Dnotícias-Madeira, não tem origem na estrutura política, mas sim brota dos alunos. Parabéns, Ana Raquel Rodrigues, pelo testemunho; parabéns ao Dnotícias por ter publicado, no "Dia do Estudante", tão importante texto.
Podia ter assumido a característica de "carta aberta" a todos aqueles que têm responsabilidades políticas na condução do sistema educativo. A todos os níveis. Trata-se de um artigo onde chama a atenção dos políticos com uma simples e profunda frase: "ousem criar a escola que a sociedade vos exige". No alvo.
O problema, digo-lhe, Ana Raquel, é que esses, enfarinhados na política que dá jeito, não gostam nem de ler nem de escutar, ou melhor, gostam de ouvir-se a si próprios, seguindo as suas convicções, alimentadas em um tempo, o qual, hoje, se apresenta completamente revestido, como escreveu, de "dogma anacrónico. Há mais de 50 anos, sobretudo na sequência do Maio de 1968, tantos se posicionaram contra o conservadorismo em todos os sectores. Na Educação também. Em 1969, estava em Lisboa e escutei, não me canso de repetir esta frase, do meu Professor de Psicopedagogia, o Doutor Paula Brito: "como pode uma escola sempre igual competir com a vida que é sempre diferente? O desencontro é inevitável". Como vê, Ana Raquel, o problema da mudança que o seu texto evidencia, vem de muito longe. A verdade é que, de estrutural, nada foi feito. Actuaram nas margens, pintaram de fresco, mas mantiveram o essencial. Quebrar as rotinas e escutar os jovens ainda não será para os anos mais próximos. É a sua geração que, talvez, rompa com esta enervante letargia. Se tiverem coragem, porque "uma andorinha não faz a Primavera".
Daí a sua feliz frase: "não deixes que os outros te determinem. Tu és o teu próprio criador". Lindo. Obrigado pelo seu testemunho.
Nota
Texto fotografado a partir da página 18 da edição de ontem do Dnotícias
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