Segundo li no jornal Público faltam 871 professores, o que significa 12 967 horas por preencher (60% nos distritos de Lisboa e Setúbal). A pergunta que coloco é esta: temos professores a menos ou sistema educativo a mais?
Esta sumária caracterização leva-me a questionar se faltariam professores se outro fosse o pensamento organizacional (a todos os níveis), curricular, programático e pedagógico? Estou em crer que não faltariam. Neste pressuposto, considero que o problema reside, não no número de professores, mas no pensamento sistémico do que se deve entender por verdadeira e consistente aprendizagem, no quadro de uma escola onde o professor assuma o papel de mediador e não de "debitador" de matéria.
Por isto mesmo, a preocupante fragilidade relativamente ao cada vez menor número de alunos, deveria transformar-se numa oportunidade para gerar uma escola para o tempo que estamos a viver e para o futuro que fervilha à nossa frente. Há, portanto, uma nova mentalidade a implementar, que implica um novo caminho a percorrer. Ainda hoje, para salvaguardar o número de alunos sem as ditas "aulas" (conceito ultrapassadíssimo), o Ministro veio assumir a necessidade de um terço do recrutamento ser da iniciativa do próprio estabelecimento de aprendizagem. Porquê um terço? Isto é, descentralizam um pouco o recrutamento ("enquanto o pau vai e volta folgam as costas"), mas o funcionamento da Escola permanece rotineiramente igual.
Paralelamente, não se pode ter professores com uma tabela salarial miserável face à responsabilidade que lhes é atribuída. O Público, este é um mero exemplo, destaca uma Professora de Alemão, Manuela Laginha, que preferiu emigrar para a Suíça (recrutamento aberto pelas escolas e municípios) a penar pelas estradas portuguesas com a "casa às costas". Lá, está a 12 minutos de casa e recebe € 9 223,00, o equivalente a Francos suíços que é de 8 900,00. Espantoso!
Ilustração: Google Imagens.
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