30.10.2019
Os professores consideram que os alunos passam tempo “excessivo” na escola, enquanto os encarregados de educação o acham “adequado”, segundo um estudo nacional em que pais e docentes revelam ter opiniões divergentes sobre a Escola.
“A Escola que os pais e os professores falam não é a mesma. Têm visões muito diferentes”, revelou à agência Lusa o psicólogo Eduardo Sá, mentor do projeto Escola Amiga da Criança, que solicitou um estudo à Universidade Católica do Porto sobre a “Missão da Escola”. O tempo que os alunos passam nos estabelecimentos de ensino é, precisamente, um dos temas que mais separa pais e professores: 71% dos docentes considera “excessivo” contra 62% dos encarregados de educação que diz ser “adequado”.
Os números baseiam-se nas respostas de cerca de 6.400 docentes e encarregados de educação de todo o país e diferentes níveis de ensino que, entre julho e setembro deste ano, responderam ao inquérito da Católica criado com o objetivo de analisar e conhecer a perceção sobre a Missão da Escola.
Curiosamente, a importância dos trabalhos para casa (TPC) une os dois grupos de inquiridos, que os consideram uma forma de apoio ao estudo e um bom complemento à aprendizagem.
O psicólogo Eduardo Sá lembrou que atualmente a grande maioria das crianças e jovens começam as aulas por volta das oito da manhã e só terminam as tarefas escolares às 20:00. É que quando chegam a casa ainda têm de fazer os trabalhos.
Quase 90% dos alunos têm TPC - 96% dos professores diz que manda trabalhos de casa “muitas vezes ou sempre” - e a maioria dos estudantes do secundário (cerca de 60%) ainda tem explicações depois das aulas, revela o estudo.
“Qual é a mais-valia dos TPC, principalmente quando têm de ser feitos entre o final do dia e a hora do jantar, levando as famílias a um ataque de nervos?”, questionou o psicólogo.
COMENTÁRIO
Atenção pais e encarregados de educação: "Mais escola não significa melhor escola". Não faz qualquer sentido um adulto reivindicar 35 horas de trabalho por semana e submeter as crianças, por vezes, a mais de 50 horas entre actividade formal e informal. Quanto aos tpc, sobretudo no ensino básico, se a escola não resolve o problema da aprendizagem nas horas que dispõe, é porque alguma coisa está errado no processo de aprendizagem.
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