terça-feira, 25 de outubro de 2022

Negar a ciência ou falta bom senso?

 

O Professor Doutor Santana Castilho esteve na Madeira e teceu algumas considerações relativamente à política de utilização dos manuais digitais. Sumariamente, tal como já neste espaço referi, assumiu que a estratégia dos tais manuais digitais, iniciada há oito anos nos Estados Unidos, está a ser abandonada. E explicou as razões.



Ora bem, quando uma figura académica, autor e colunista do Público, no decorrer de uma conferência para professores, despoleta uma situação destas, presumo que as campainhas de alarme deveriam tocar de forma estridente nos ouvidos dos responsáveis políticos. O secretário da Educação devia, imediatamente, sentir-se preocupado e proceder à auscultação de todos os que directamente estão ligados ao sector. Com uma pergunta-chave tão simples quanto esta: "será que estamos no percurso certo ou teremos de arrepiar caminho?" Simples! Se os neurocientistas invocam que o que parece não é, então, que se estude e que se mude de orientação. Só lhe ficaria bem, porque, diz a sabedoria popular a todos nós que "só os burros não mudam".


O que me parece é que o governo seguirá a sua orientação, sendo provável que o Professor Santana Castilho será considerado como uma pessoa a não tecer, no futuro e localmente, opiniões sobre a política educativa regional. E os manuais digitais continuarão e as tais "salas de aula do futuro" emergirão por aí, embelezando e servindo a propaganda de natureza política. O conhecimento científico ficará para depois.

A utilização da tecnologia, necessária e extremamente importante, não se esgota colocando os manuais em papel num tablet, mantendo intocável o formato pedagógico. Tudo isto significa que existe uma crónica teimosia em viver de modas e de aparências, onde o estudo fica sempre para mais tarde. Professores da minha terra, acordai!

Ilustração: Google Imagens.

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