Ontem, na RTP 1, o espaço Linha da Frente, trouxe à colação a prescrição de Ritalina junto das crianças com "diagnóstico" de "hiperactivos e défice de atenção". Segundo um estudo a que o citado programa teve acesso, em exclusivo, entre 2011 e 2015 a toma de metilfenidato pelas crianças portuguesas subiu 77,4 por cento. O consumo anual deste calmante é agora de 7 milhões de comprimidos. Para quem não teve a possibilidade de seguir o Linha da Frente, sugiro que o vejam. Entretanto, deixo aqui um excerto de um texto que publiquei neste blogue a 14 de Novembro de 2016:
ESCOLA DOENTE
Um artigo de Luís Goucha
"(...) Há milhares de crianças – e todos os dias o número aumenta – que iniciam o seu dia a tomar um comprimido para poderem assistir às aulas, a estar sossegados nas aulas, a estar com atenção nas aulas, a estar na Escola sem reacção, apenas para puderem lá estar! Devia isto ser um sinal de alarme, mas os pais e os professores fazem orelhas moucas como bons entendedores que são. Genericamente, as crianças tomam «ritalina» (palavra curiosa e duplamente feminina: Rita e Lina), medicamento caríssimo e de consequências devastadoras, que ao deixar de ser tomado deixa reaparecer toda a sintomatologia e um conjunto de efeitos secundários daí decorrentes: medo, pânico, insónias, tensão... A «ritalina» é prescrita para uma doença inventada: a PHDA, Perturbação de Hiperactividade e «Deficit de Atenção». Deu nome a esta «doença» um famoso psiquiatra americano, Eisenberg, que acabou por se retratar antes de morrer, por todos os males que provocou sem intenção, pois imediatamente a ter enunciado o «mal», os laboratórios apressaram-se a dizer que já tinham medicina para a cura. (...) A falta de emprego, a falta de habitação, a falta de felicidade, não se resolvem com nenhum comprimido (...)"
"Além do impacto físico, há também as condições emocionais graves causadas pelo uso desta droga até mesmo quando se toma por pouco tempo. Alucinações e comportamento psicótico não são incomuns. Um pesquisador no Texas descobriu que o uso de Ritalina pode elevar o risco de cancro. Este estudo descobriu que após apenas três meses, cada uma das doze crianças tratadas com metilfenidato sofreu anormalidades genéticas associadas a um elevado risco de cancro.
EFEITOS A CURTO PRAZO
Perda de apetite
Aumento do ritmo cardíaco, da pressão sanguínea e da temperatura corporal
Dilatação das pupilas
Distúrbios do sono
Náusea
Comportamento bizarro, errático e às vezes violento
Alucinações, hiperexcitabilidade, irritabilidade
Pânico e psicose
Doses excessivas podem levar a convulsões, espasmos e à morte
EFEITOS A LONGO PRAZO
Danos permanentes nos vasos sanguíneos do coração e do cérebro, pressão sanguínea alta levando a ataques cardíacos, derrames cerebrais e à morte
Danos no fígado, rins e pulmões
Se for cheirada, ocorre a destruição dos tecidos nasais
Se for fumada, gera problemas respiratórios
Causa doenças infecciosas e abcessos se for injetada
Má nutrição, perda de peso
Desorientação, apatia, exaustão e confusão
Forte dependência psicológica
Psicose
Depressão
Danos no cérebro, incluindo derrames e possivelmente epilepsia."
Em suma, criem um novo paradigma para o sistema educativo e acabem com a prescrição de Ritalina. O que está errado é o sistema, NÃO as crianças.
Ilustração: Google Imagens.
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