É óbvio que está no carácter político de um certo tipo de pessoas, os comportamentos inapropriados, que causam repulsa e, pela repetição, geram pena. Gandhi, em uma simples frase, disse tudo: "O dinheiro faz homens ricos, o conhecimento faz homens sábios e a humildade faz grandes homens". Ora, só é grande quem é humilde. Sendo assim, este secretário da Educação, se é rico não sei nem me interessa saber, agora, sábio não é, e quanto à humildade está para além do horizonte.
A não observância da humildade traz no seu bojo outras características extremamente negativas, a de sentir-se dono de qualquer coisa, a arrogância, a inveja, a perseguição e a intolerância. Isto para dizer que, segundo a edição de hoje do DN-Madeira, o Tribunal Administrativo do Funchal decidiu mandar reintegrar o Professor Joaquim José Sousa, na sequência de uma providência cautelar. O Professor apresentou-se na sua escola, porém, através de um qualquer estratagema o secretário voltou a suspendê-lo. Compete agora ao Tribunal Administrativo e Fiscal do Funchal voltar a apreciar a contestação apresentada. Entretanto, o docente, "condenado" pelo secretário a seis meses de suspensão, fica impedido de receber o seu salário.
O leitor que, eventualmente, não esteja por dentro do assunto, sugiro que leia os motivos da vergonhosa acusação no seguinte endereço:
O texto pertence à Jornalista Bárbara Reis - Jornal Público. Está lá tudo. E como se isso não bastasse, o leitor que tenha em consideração a frontalidade, sensatez, lucidez e honestidade intelectual e política da ex-Deputada do PSD-M, Drª Sara André:
"(...) Sobre o caso do professor Joaquim da escola do Curral das Freiras, tanto por dizer que se resume a isto, em “bom” madeirense: “deixem-se de p***********, já mete nojo”. Quem deve ter bom senso, acabe com esta novela que já é nacional e só nos envergonha. Para além dos editoriais, artigos de opinião, intervenções na TV ao nível nacional, até motivo de gozo somos pelos humoristas de referência, tendo em conta o ridículo da situação".
Ora, o secretário não ouve ninguém. Pouco lhe interessa que dele e da Educação façam chacota. Para ele, fundamentalmente, perigoso é que alguém brilhe, mostrando-se capaz de realizar sonhos. Mantém um desejo de estar no pódium do quero, posso e mando. Pessoas como o Professor Joaquim constituem uma ameaça. Por isso, é incapaz de entender as palavras de um outro pensador que terá dito: "seja humilde, pois, até o Sol com toda sua grandeza se põe e deixa a Lua brilhar".
No plano político este secretário fica na História pelos piores motivos. Nada de relevante pela Educação fez, não deixa uma ideia estrutural para o futuro, tendo passado quatro anos mergulhado em "pontos e vírgulas", em prémios e diplomas de uma balofa meritocracia, em perseguições, fusões, estéreis guerras sindicais e outras situações que me dispenso fazer alusão.
O pior é que vejo uma classe profissional em silêncio. E isso tem um significado que se resume em uma palavra: mordaça.
Ilustração: Google Imagens.
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