SOB A MAIS LIVRE DAS CONSTITUIÇÕES UM POVO IGNORANTE É SEMPRE ESCRAVO Condorcet (1743/1794)
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sábado, 27 de março de 2021
“A escola tradicional não responde ao funcionamento do cérebro”
quinta-feira, 25 de março de 2021
Um texto fantástico que brota dos alunos. Não dos políticos!
Este artigo de opinião publicado na edição de ontem do Dnotícias-Madeira, não tem origem na estrutura política, mas sim brota dos alunos. Parabéns, Ana Raquel Rodrigues, pelo testemunho; parabéns ao Dnotícias por ter publicado, no "Dia do Estudante", tão importante texto.
Podia ter assumido a característica de "carta aberta" a todos aqueles que têm responsabilidades políticas na condução do sistema educativo. A todos os níveis. Trata-se de um artigo onde chama a atenção dos políticos com uma simples e profunda frase: "ousem criar a escola que a sociedade vos exige". No alvo.
O problema, digo-lhe, Ana Raquel, é que esses, enfarinhados na política que dá jeito, não gostam nem de ler nem de escutar, ou melhor, gostam de ouvir-se a si próprios, seguindo as suas convicções, alimentadas em um tempo, o qual, hoje, se apresenta completamente revestido, como escreveu, de "dogma anacrónico. Há mais de 50 anos, sobretudo na sequência do Maio de 1968, tantos se posicionaram contra o conservadorismo em todos os sectores. Na Educação também. Em 1969, estava em Lisboa e escutei, não me canso de repetir esta frase, do meu Professor de Psicopedagogia, o Doutor Paula Brito: "como pode uma escola sempre igual competir com a vida que é sempre diferente? O desencontro é inevitável". Como vê, Ana Raquel, o problema da mudança que o seu texto evidencia, vem de muito longe. A verdade é que, de estrutural, nada foi feito. Actuaram nas margens, pintaram de fresco, mas mantiveram o essencial. Quebrar as rotinas e escutar os jovens ainda não será para os anos mais próximos. É a sua geração que, talvez, rompa com esta enervante letargia. Se tiverem coragem, porque "uma andorinha não faz a Primavera".
Daí a sua feliz frase: "não deixes que os outros te determinem. Tu és o teu próprio criador". Lindo. Obrigado pelo seu testemunho.
Nota
Texto fotografado a partir da página 18 da edição de ontem do Dnotícias
quarta-feira, 24 de março de 2021
Educação e espaço europeu 2021/30
No sector educativo, quando falam de "convergência europeia", isso traz-me sempre alguma desconfiança. Há convergências que escondem objectivos raramente percebidos pela montra. O "Processo Bolonha", este é um mero exemplo, aquele que trouxe a generalidade das licenciaturas para três anos, transmitindo uma imagem de simplificação e de pressuposta qualidade, transportou consigo três ideias centrais: primeiro, uma subliminar e tendencial convergência para o pensamento único; segundo, a desresponsabilização do Estado no que concerne ao financiamento directo do ensino superior; terceiro, por via disso, complementarmente, os mestrados, os quais, genericamente, passaram para a responsabilidade dos encarregados da educação.
O curioso desta situação é que, de pronto, a secretaria regional da Educação da Madeira, não esmiuçando nem contextualizando as taxas, antes martelando as estatísticas regionais que são públicas, passando rapidamente pelas tais metas, surgiu a propagandear que, na maioria dos itens, a Madeira apresenta resultados que, em várias situações está melhor do que o sugerido, em outras, muito próximo do sugerido e o que não foi atingido, de forma clara, fica a se dever às políticas do "sistema nacional de ensino". É o caso do ensino superior. Por aqui, Região, as metas da União Europeia serviram para isto, para mais um momento de propaganda política.
Infelizmente, a realidade não é a apregoada. Deixo, aqui, apenas, dois excertos de textos publicados. Não são meus e as fontes são credíveis. No início de Junho de 2018, foi publicado no DIÁRIO e transcrito no meu blogue que: "65% da população da Madeira, com 15 ou mais anos, tem apenas até o 9º ano de escolaridade. O valor está acima da taxa nacional que, no ano passado, ficou pelos 61%. A Madeira continua a estar pior do que a média nacional, naquela que é a taxa de abandono precoce de educação e formação (jovens dos 18 aos 24 anos que estão fora do sistema de ensino e sem o secundário): 23% na Região e 14% no País". Fonte - DN-Madeira/Pordata/Jornalista Ana Luísa. E, já agora, este texto de um artigo assinado pelo Dr. Rui Caetano, publicado no Dnotícias a 19 de Junho de 2020: "(...) A estrutura de habilitações dos desempregados inscritos atualmente no Instituto de Emprego mostra que cerca de 46% desses cidadãos sem emprego possuem habilitações inferiores ao 3.º ciclo do ensino básico, demonstrando grandes dificuldades em encontrarem trabalho devido à falta de competências e qualificações. E se incidirmos a atenção nos trabalhadores em funções, por conta de outrem, observamos que 31.743 trabalhadores possuíam apenas o ensino básico ou menos. Ao analisarmos a situação dos “nem nem”, jovens com idades entre os 15 e os 34 anos que não se encontram empregados nem frequentam qualquer sistema de educação, formação ou estágio, no final de 2019, a Madeira apresentava uma percentagem de 13,1%. As taxas de escolarização e de conclusão do ensino secundário dos jovens, na Região, entre os 20 e os 24 anos, rondam os 71,2%, isto é, quase 30% dos jovens madeirenses não concluem o ensino secundário. (...)"
Portanto, bem melhor seria, porque promissor de um novo tempo, que a secretaria regional da Educação da Madeira não martelasse a realidade, antes assumisse uma postura de verdade, aquela que é nua e crua, um combate, em sede de governo, contra os 32% de pobres que acabam por se reflectir na escola e na aprendizagem consequente, um combate por uma escola que respeite o sonho, a diferença e deteste a rotina organizacional, curricular e programática, uma luta pela verdadeira autonomia dos estabelecimentos de aprendizagem, um esforço contra a infernal burocracia que afasta os professores da aprendizagem. Porque só propaganda não chega!
As declarações produzidas pelo secretário regional fizeram-me trazer à memória o saudoso Carlos Pinhão, jornalista que foi do jornal A Bola, que com o seu refinado humor, um dia escreveu, em um dos seus textos de Sábado, a propósito de uma vitória do futebol nacional. Deixou duas linhas muito curiosas, que continuam actuais, pelo conselho que proporciona aos políticos: coloquem os pés bem assentes no solo com os olhos na realidade. A frase: "somos os melhores do Mundo em sub-21, os melhores da Europa sub-18, sub-16, etc., somos os melhores do mundo em sub-desenvolvimento".
Percebeu, Senhor secretário? De que vale propagandear uma realidade insustentável, quando há tanto caminho a percorrer no quadro do desenvolvimento?
Ilustração: Google Imagens.
sexta-feira, 19 de março de 2021
Cresce a atenção ao bem-estar dos alunos nas escolas
As escolas não são apenas vistas como lugares onde os alunos adquirem competências académicas. São também “ambientes sociais” em que os alunos desenvolvem competências emocionais e sociais. Determinantes, tanto para o sucesso escolar e como para a vida.
Com o encerramento das escolas fruto da pandemia covid-19, os sistemas educativos enfrentaram desafios acrescidos. “A falta de interação social dos alunos com os colegas e professores e a pressão relacionada com o ensino à distância são referidas como tendo um importante impacto negativo no bem-estar dos alunos”, alerta o relatório Monitor da Educação e Formação 2020, publicado pela Comissão Europeia no final do ano passado.
terça-feira, 16 de março de 2021
Quando se mata o potencial e quando as escolas são gaiolas
Ontem vivi dois momentos que me encheram, completamente. Durante a tarde cruzei-me, no supermercado, com um meu ex-aluno na Universidade da Madeira. Inevitavelmente, falámos de Educação. A páginas tantas recordámos aquela turma de 4º ano que trago, em memória, um por um. Ainda há dias, revendo um dossiê, lá estavam as assinaturas de todos eles. Que fantástico grupo! Mas, dizia eu, a páginas tantas ele sublinhou: "aquela turma tinha um enorme potencial". E tinha. Estavam ali por vocação e não por "provocação". Aquela palavra "potencial" deixou-me a pensar. Adiante.
À noite, segui uma notável entrevista, na TVI, com a Professora catedrática, a cientista Elvira Fortunato. Trata-se de uma investigadora, de 56 anos, pioneira mundial na electrónica de papel, nomeadamente "em transístores, memórias, baterias, ecrãs, antenas e células solares. É considerada a "mãe" do transístor de papel". Fiquei agarrado ao conteúdo e à humildade. Por mim ficava ali o serão todo a escutá-la.
domingo, 7 de março de 2021
"Uma pergunta: E os nossos Professores sabem fazer isso?"
Na minha página de facebook publiquei o texto que abaixo pode ser lido, da autoria do Doutor Francisco Gomes. A esse propósito recebi um comentário muito interessante sob a forma de pergunta: "e os nossos Professores sabem fazer isso? Trata-se, de facto, de uma questão importante e de enorme pertinência. Porque, de facto, para a maioria das pessoas que não acompanha o sector da Educação, mudar um sistema cuja raiz subsiste desde, aproximadamente, 1870, que foi interiorizado como formato único e quase indiscutível, é evidente que não constitui tarefa fácil. Obviamente que aconteceram algumas mudanças conceptuais, foram-se ensaiando novos processos, eu diria, quase pintando de fresco o velho, porém, determinante, foi o facto do pensamento dominante, aquilo que é estrutural, se ter mantido. Eu diria que o conhecimento sobre como aprender a desaprender, do ponto de vista da investigação, qual metáfora, rodou a 200 km/hora, enquanto a escola não ultrapassou os vinte! O atraso é inegável.
São essas "vistas largas" que o presente reclama, desenvolvida pelos investigadores e praticamente negada pelos políticos. Nem o enquadramento, por cenários, feito pela OCDE, sobre a escola de amanhã (hoje), serviu para despertar o pensamento: "1. Statu quo - Manutenção de sistemas de ensino burocráticos; 2. Reescolarização - A escola no centro da colectividade; 3. A escola como organização centrada na aprendizagem; 4. Desescolarização - Expansão do modelo de mercado - Redes de aprendentes e sociedade em rede: 5. Crise - Êxodo dos professores e desintegração do sistema". Poucos reflectiram sobre estes cenários. Obviamente que sim, as universidades, perante o silêncio político.
Creio, grosso modo, que sim. Haverá sempre, ainda bem, dúvidas e desconfortos, porque a rotina, embora cansativa, é sempre menos penosa que a criação de paradigmas diferenciados, autonomizados e que exigem estudo, desprendimento de conceitos intuídos ao longo de décadas e muito trabalho de coresponsabilização. Por paradoxal que possa parecer, no actual contexto, é difícil fazer calar os professores (transmissores de matéria) tornando-os mediadores da aprendizagem. Dá mais trabalho, mas os ganhos são substancialmente melhores. Isto não é fácil, eu sei, para mais, ainda, quando não existe uma hierarquia política disponível para se abrir ao mundo.
Convenhamos que este sistema está morto, por maior que seja o entusiasmo dos professores e o seu convencimento que tudo fazem para que a escola seja lugar de aprendizagem. É um "edifício" organizacional que subsiste a um tempo que já não responde às necessidades de hoje, muito menos do futuro. Recorda o Professor Nóvoa nesse seu ensaio, quando traz à colação o Padre António Vieira, História do Futuro, 1718: “O tempo, como o mundo, tem dois hemisférios: um superior e visível, que é o passado, outro inferior e invisível, que é o futuro. No meio de um e outro hemisfério ficam os horizontes do tempo, que são estes instantes do presente que imos vivendo, onde o passado termina e o futuro começa”. Nem mais. Tal como Vieira temos de ser visionários e sê-lo significa, no mínimo, ser prospectivo, isto é, ter a capacidade de trazer o futuro ao presente. Enquanto tal não acontecer, obviamente, que se manterá o "Statu quo", a manutenção de um sistema de ensino burocrático, completamente desadequado dos interesses e dos sonhos individuais e da sociedade.
Ora bem, o sistema está em uma profundíssima crise, com a escola burocrática e desacreditada, os professores cansados e os alunos fartos da rotina, baseada no débito de matéria, na obsessão pela avaliação (não pela aprendizagem) e no bloqueio ao sonho. O sistema precisa de desnudar-se, necessita de um "brainstorming" alargado (enquanto festa das ideias), reclama descentralização, requer muita formação, carece de uma desmistificação que só existe um caminho, precisa de uma verdadeira e não falsa autonomia, precisa que se respeite a heterogeneidade, porque não existem duas escolas iguais, dois públicos iguais e dois grupos de professores iguais. A diferenciação torna-se absolutamente necessária quando os olhos devem situar-se para além do horizonte visual.
Ilustração: Google Imagens.
sexta-feira, 5 de março de 2021
quarta-feira, 3 de março de 2021
Escolas estão a alimentar 40% dos alunos que serviam antes do confinamento
As escolas públicas serviram, em média 45 mil refeições por dia na última semana. Este número significa que estão a ser alimentados cerca de 40% dos alunos que eram atendidos no período de ensino presencial. O total de estudantes que recorre às cantinas não tem parado de crescer desde que, em Janeiro, o Governo decidiu suspender as actividades educativas.
As cantinas escolares serviram cerca de 115 mil refeições diárias nas três semanas de aulas de Janeiro, antes da pausa lectiva. Na última semana, com a generalidade dos alunos em casa, foram atendidos 45 mil estudantes por dia, avança o Ministério da Educação.
terça-feira, 2 de março de 2021
FACTO
"Mais atletas federados" (2019) (...) e mais apoios: € 10.734.242,21 - Edição do dnotícias de hoje.
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