Noticiou o DN-Madeira que a "Escola Básica EB123/PE do Curral das Freiras (Madeira) foi galardoada com o prémio nacional da Fundação Montepio no valor de seis mil euros. Desde logo PARABÉNS. Fico feliz quando uma escola se distingue no panorama nacional. Escrevi no meu blogue "comqueentao", em 2016: "Li um trabalho do jornalista Márcio Berenguer (Público) sobre a Escola Básica 123 do Curral das Freiras (Madeira). Apesar de eu não ser favorável à existência de ranking's não deixo de os analisar, enquanto mero indicador, no quadro, repito, do actual sistema. Aquela escola que se encontrava no lugar 1207º do ranking saltou, no último ano, para as da frente, com a melhor média entre os estabelecimentos públicos no exame nacional de 9.º ano. O interessante é que "tem 300 alunos, não tem campainha, nem trabalhos de casa e os horários das aulas batem certo com os do autocarro". Esta uma síntese, certamente, compaginada com muitas outras que tornaram possível um melhor conhecimento, apesar 92% dos alunos terem Acção Social Educativa (pobreza) e a internet não fazer parte das prioridades da maioria das famílias".
Na notícia do DN, o presidente do Conselho Executivo, Joaquim Sousa salientou: "Premiar uma escola como a escola do Curral é premiar toda uma comunidade que durante séculos esteve isolada e subaproveitada, que tem muitas competências e valor, como foi demonstrado pelos resultados alcançados pelos nossos alunos ao longo dos últimos anos, assim como vem demonstrar que os bons docentes não são de quadro ou contratados são simplesmente Responsáveis, Empenhados, Competentes, Comprometidos". O professor sublinhou, ainda que a qualidade depende: 1. Eficácia – atingimos as metas estabelecidas; 2. Eficiência – optimizámos os poucos recursos disponíveis; 3. Efectividade – cumprimos os objectivos sociais do serviço educativo; 4. Equidade - minimizámos o impacto das origens sociais no desempenho académico; 5. Satisfação – elevámos as expectativas e o grau de satisfação dos diferentes actores educativos".
Repito que estas situações me deixam feliz. É fruto do trabalho dos professores, da direcção da escola, da mentalidade existente e do desejo de ser uma escola pública ao serviço da comunidade. Não foi uma escola privada que conseguiu, quando a Região gasta vinte e cinco milhões anuais no sector privado. A questão que eu coloco é outra: até onde aquela escola (e todas as outras) poderia ir se dispusesse de autonomia plena, no plano financeiro, curricular, programático e pedagógico. Se deixassem os professores serem operadores de mudança e não sujeitos condicionados a todos aqueles níveis e bloqueados por uma infernal burocracia, onde o aluno deixou de estar no centro das preocupações educativas. Os responsáveis políticos que pensem nisto.
Ilustração: Google Imagens.
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