Vítor Colaço Santos assina, hoje, no Dnotícias, uma "carta do leitor" que vem na sequência dos "ranking's" das escolas. Mais um a colocar o dedo na ferida. Entretanto, na mesma edição (pág. 2), o secretário regional da Educação fala sobre "inclusão e flexibilidade" e de dois diplomas que foram "fundidos" para melhor garantir tal meritória finalidade. Ora bem, trata-se de mais "poeira para os olhos" que turva um olhar correcto sobre uma verdadeira política inclusiva e de oportunidades. A inclusão não se garante à porta da escola por decreto e a flexibilidade só faz sentido quando enquadrada em uma ideia maior do que se pretende para a Educação. Como essa ideia maior não existe e como não existem políticas que quebrem, a prazo, o grave ciclo da pobreza, pois bem, pode o secretário muito "decretar" que apenas conseguirá mexer na roda do prato, deixando o âmago inatingível. Mais uma bola para fora!
Entretanto, fica a "carta do leitor" que termina com esta frase: "Assim haja vontade política... que não tem havido!"
"Anualmente há um campeonato entre as escolas públicas e privadas para eleger as melhores, com resultado final recente. Faz sentido as escolas entrarem em competição, ao invés de se entreajudarem pela troca de experiências, de conhecimento, de complementaridades?
É sério comparar escolas públicas, com um alto índice de alunos filhos da desigualdade social, com escolas privadas onde estudam alunos oriundos das classes altas a quem nada falta? Não, não é!
À partida, a disputa já está distorcida a favor dos privados...
Quem quer rankings, primeiro estabeleça a igualdade de oportunidades.
O campeonato da escola pública melhorará quando os professores forem mais respeitados, credibilizados, usufruírem de melhores condições de trabalho e remuneração condizente. Deve-se reconhecer que são eles quem prepara o futuro deste país instruindo os estudantes.
Assim haja vontade política... que não tem havido!"
Ilustração: Google Imagens.
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