FACTO
"(...) Aquela ideia, muitas vezes, quase chavão, argumento fácil, que esta crise (pandémica) é uma oportunidade, para as escolas não é. (...)" - Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, TVI, a propósito do "regresso" às aulas presenciais.
COMENTÁRIO
Escutei e reflecti para dentro com uma série de perguntas: este ministro, afinal, que livros anda a ler? O que leu sobre políticas educativas? Que pensadores e autores o inspiram? Que filmes ou séries sobre Educação teve a oportunidade de seguir? Quem são as personalidades que o rodeiam? Qual é o seu pensamento? O que deseja atingir com a sua política educativa?
Independentemente da estrutura deste sistema ter origem há mais de duzentos anos, deveria o ministro situar-se no tempo que estamos a viver. E assim sendo, dir-se-á que tudo tem uma fase de implantação, a que se segue um crescimento. No caso da Educação essa fase de crescimento, grosso modo, podemos considerá-la no preceito constitucional que garante o direito e a acessibilidade de todos ao sistema.
Depois, todos os sistemas, Senhor Ministro, atingem um ponto (fase de maturação) a que corresponde, naturalmente, a uma zona de turbulência. Isto é, gera-se entre os pontos A e B uma situação que pode ser sumariamente definida da seguinte maneira: uma dada situação já não corresponde às experiências vividas, ao conhecimento e aos anseios, pelo que, o sistema, tem de partir para uma nova curva sigmóide, sob pena de entrar na fase de declínio. Certo, Senhor Ministro?
O que o Senhor Ministro faz são puros actos administrativos do sistema educativo que nada ou muito pouco têm de política educativa. Esta é muito mais complexa, porque obriga a estudos, convida ao debate, exige pensamento e a necessidade de seguir novos caminhos que são sempre de ruptura, total ou parcial, com o passado. Não aceitar este pressuposto significa que se prefere a rotina ao acto inovador, o passado à alegria da descoberta.
Ilustração: Google Imagens.
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