O Sindicato de Professores da Madeira iniciará, no próximo dia 19, um novo triénio na sequência das eleições ontem realizadas para os corpos gerentes. A liderança continuará assegurada pelo coordenador Dr. Francisco Oliveira.
Tive o privilégio de pertencer a esta equipa nos últimos dois mandatos, enquanto presidente da mesa da Assembleia Geral de Professores. Acompanhei-os nessa difícil tarefa, não a minha, porque circunscrita às assembleias gerais, mas a da Executiva. Concluí, no dia-a-dia, aquilo que há muito sabia: não é fácil o trabalho sindical. É complexo e exigente porque faz apelo, a todo o momento, à leitura política e jurídica de tudo o que envolve os educadores e professores, a permanente negociação, normalmente de sentidos contrários e, naturalmente, a formação permanente dos associados.
Acresce dizer que os tempos e os ventos não são de feição. As incompreensões do poder são enormes, falam muito mas cumprem pouco, a intolerável pressão exercida sobre os profissionais da educação através de uma inexplicável burocracia, a centralização do poder e a concomitante estrangulamento da autonomia das escolas, o bloqueio da Assembleia Legislativa às propostas de debate do sindicato, apresentadas pelos partidos da oposição, as questões relacionadas com a extensa listagem de âmbito legislativo, a precariedade, eu sei lá a extensão do rol de tarefas diárias com as quais os sindicalistas se confrontam.
Mas "é preciso acreditar" como escreveu o Coordenador do Sindicato, Dr. Francisco Oliveira: "(...) ao contrário do que muitos mais pensam, também não é fácil ser sindicalista; não é fácil carregar com os problemas de toda uma classe profissional e fazê-la acreditar que os direitos não caem do céu, antes se conquistam, quase sempre, em longas lutas; não é fácil fazer ver que os direitos profissionais fundamentais são inegociáveis; não é fácil, nos dias de hoje, a vida dos sindicatos, em geral, e dos sindicalistas, em particular. Na verdade, a opinião pública está repleta de ideias deturpadas em relação à realidade laboral, com tendência a apresentar os sindicatos como organizações cristalizadas num tempo que já não existe, lutando por ideais há muito alcançados e em que já poucos se reveem. Falso, os sindicatos continuam a ser essenciais para o equilíbrio das tensões laborais e para a garantia de direitos que já deveriam estar consagrados, mas não estão. É isso o que tem feito, desde 1978, o SPM (...)".
O trabalho continuará nos próximos três anos. Desejo a todos as maiores felicidades ao mesmo tempo que lhes agradeço a simpatia destes seis anos em que fiz parte da equipa. Muita determinação é o que desejo. Em função das minhas profundas convicções, gostaria que, neste mandato, fosse dada uma ênfase especial na formação dos professores, na de base técnico-científica, obviamente, mas sobretudo na mudança de mentalidade que conduza a escolas que pugnem por uma aprendizagem consequente. E que as crianças e jovens dos estabelecimentos de aprendizagem passem a gostar da escola. Isso implica muita mudança estrutural e de PENSAMENTO. Felicidades.
Ilustração: Google Imagens.
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