sábado, 23 de fevereiro de 2019

MUITO INQUIETANTE: METADE DOS ADOLESCENTES PESQUISAM CONTEÚDOS PERIGOSOS


Acabo de chegar à página 18 do Expresso. Li um trabalho, deveras inquietante, baseado em um estudo da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Alguns números: em uma amostra de 2000 alunos, 46% adolescentes e pré-adolescentes admitiram terem visto imagens de violência contra pessoas e animais; 45% sobre processos de automutilação; 43% sobre mensagens de ódio e violência, baseadas na raça, religião e nacionalidade; um em cada três sobre droga e 29% acederam a páginas sobre formas de cometer o suicídio. 

Relativamente ao género constataram que os acessos são mais frequentes em raparigas do que em rapazes. Apesar de serem pré-adolescentes e adolescentes, curiosamente, o acesso a conteúdos sexuais diminuiu. Globalmente, concluíram, que os conteúdos inadequados estão a crescer exponencialmente. Todos estes dados estão em linha com o aumento dos casos que chegam aos pedopsiquiatras.
Muito inquietante. Está tudo online, desde como chegar à magreza extrema à violência gratuita. Pais e professores são determinantes na reconfiguração destas condutas. 
O problema é que temos escolas a tempo inteiro e pais a meio tempo; temos programas e conteúdos para decorar e esquecer e ausência de formação global do ser humano, o que implicaria substituir a "tralha e o entulho" dos programas para debitar em testes, por acções de contraponto à porcaria disponibilizada pela tecnologia.
Falta, enfim, pelo menos à nossa escala, reorganizar toda a sociedade, a montante da escola e na escola. Falta debate sério sobre estas questões, capaz de colocar um travão à crescente mentalidade de que tudo é livre e tudo é possível. 
Ilustração: Google Imagens.

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