sábado, 29 de outubro de 2016

A OBSESSÃO PELOS TPC. OU SERÁ QUE A ESCOLA (O SISTEMA) PRECISA DE RECICLAGEM E DE REORGANIZAÇÃO?


Em Abril corrente, José Soeiro escreveu, no Expresso, um texto sobre os TPC. A páginas tantas salientou: "(...) De facto, é a própria visão de educação e de infância que está em causa. O que hoje se vive é uma crescente e preocupante "alunização" de toda a experiência das crianças. Isto acontece com os TPC mas também com outras atividades, quando elas são feitas em função do seu contributo para o "sucesso" escolar: vais aprender música porque isso é bom para o teu percurso ou vais fazer uma oficina disto ou daquilo para ganhar "competências" úteis para a escola, etc. É sempre a condição de aluno a sobrepor-se à de criança e o tempo da infância visto como instrumental em relação à instituição escolar. O ofício de aluno ocupa o tempo da escola, mas prolonga-se para o espaço doméstico e coloniza todo o tempo da vida. Há algum educador que, em plena consciência, considere isto saudável?" Não sendo um tema recente, fui procurar posições sobre aquela matéria, a dos TPC. O campo de debate é extenso tantos foram aqueles que se posicionaram contra essa designada "alunização". Em 1999, há dezassete anos, a ex-secretária de Estado da Educação, Doutora Ana Benavente, no programa de Maria João Seixas, "Olhos nos Olhos", da RTP2, posicionava-se de uma forma muito clara sobre este tema. Aqui deixo essa passagem, quando hoje a Escola vive, cada vez mais, a obsessão pelos TPC, sem que ninguém se questione. Debatamos este assunto.

 

Dezassete anos depois continua actual. Eu diria actualíssimo. Os TPC só produzem, no sentido figurado, uma hemiplegia no seio da família. Ao final da tarde, depois de tantas horas na escola, segue-se, em muitos casos, o desporto, as academias, as vivências culturais, etc..., depois a correria dos pais na recolha, os banhos, o jantar e ainda os TPC! Há aqui um efeito de paralisia de um dos lados do que deveria ser a vivência e convivência familiar, o brincar e o descanso. Deixei a posição da Professora Ana Benavente. Fica, agora, a posição de um Psicólogo, Eduardo Sá.

Sem comentários:

Enviar um comentário