domingo, 11 de novembro de 2018

COMPUTADORES, MUITOS COMPUTADORES PARA UM "SISTEMA DE SUCESSO". IMPRESSIONANTE.


Segundo o DN-Madeira o secretário da Educação anunciou que a governo vai entregar 490 computadores às escolas, de um total de 1582, fundamentalmente para substituir os existentes, segundo se sabe, velhos e muitos inoperacionais. Sai mais barato adquirir do que reparar! Só que o problema maior da aprendizagem não é a substituição computadores antigos por novos. Desde que haja orçamento, obviamente, não faltam interessados em fornecer equipamentos. O problema, portanto, é outro, e situa-se na premissa: o computador como ferramenta de aprendizagem. O que implica que, paulatinamente, cada aluno tenha o seu equipamento e que o processo pedagógico seja outro. 


Ora, isto entronca em um novo paradigma do sistema educativo e, consequentemente, em uma nova concepção do processo de como aprender. Se o computador se destina, prioritariamente, a salas específicas, isto significa que no processo de aprendizagem tudo continua igual. Pior, ainda, se o computador serve para repetir o que está no manual, visando o cumprimento do programa, significa que o computador é utilizado em substituição dos velhinhos acetatos. 
As tecnologias têm de ser utilizadas de forma adequada e concordantes com uma visão radicalmente diferente de como aprender. Por isso, distribuir computadores é o mais fácil; mais complicado é gerar um sistema onde o computador constitua uma excelente ferramenta de aprendizagem. Só que o secretário não fala deste pressuposto maior. Fica-se pela politicazinha do orçamento e da distribuição!
Mas nada disto me é estranho. 

Ainda ontem ouvi o presidente do governo assumir que o sistema educativo na Madeira é de "sucesso". Das duas, uma: 1. ou não tem presente os números do insucesso, do abandono, as carências dos estabelecimentos de aprendizagem e as graves fragilidades testemunhadas no facto de "65% da população da Madeira, com 15 ou mais anos, terem apenas até o 9º ano de escolaridade. 

Valor que está acima da taxa nacional que, no ano passado, ficou pelos 61%. Acresce dizer que a Madeira continua a estar pior do que a média nacional, naquela que é a taxa de abandono precoce de educação e formação (jovens dos 18 aos 24 anos que estão fora do sistema de ensino e sem o secundário): 23% na Região e 14% no País". Fonte - DN-Madeira/Pordata/Jornalista Ana Luísa Correia (Junho/2018); 2. ou, então, atira umas coisa para o ar talvez convencido que andam todos distraídos.
E para completar o ramalhete do desnorte e da ausência de ideias portadoras de futuro, ontem, o partido da força maioritária na Região, convidou o Professor Doutor David Justino, Licenciado em Economia e Doutorado em Sociologia, personalidade que foi ministro da Educação entre 2002/2004, e que nada deixou como marca. Se tivesse deixado, catorze anos depois, estava já o país a beneficiar da sua orientação política. E veio cá, dizer generalidades e até algumas banalidades. Fixei esta: uma Educação de Infância - dos 6 meses aos 6 anos - como uma prioridade e acima de tudo, como desígnio nacional - Fonte: DN. 
Eu diria que já vão aos três meses para um berçário, enquanto os pais trabalham horas a fio devido a um sistema organizacional da sociedade que não respeita o tempo de trabalho, o tempo de lazer e o tempo de descanso. 
Como me dizia uma Colega com algum desespero: "à mãe cui nerves!"
Ilustração: Google Imagens.

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