sábado, 6 de abril de 2024

É preciso ser livre para se ser livre


A convite do autor, o Professor Universitário Carlos Oliveira Santos, assisti, na FNAC - Funchal, ao lançamento do livro "Aye - poemas escoceses". Aconteceu ao início da noite da última Sexta-feira este seu tributo à Escócia e às suas culturas. Foi um momento sereno e sublime, de poesia, música e canto e, a espaços, com intervenções do autor sobre aquilo que considera "um fio contínuo de incessante busca da identidade e da capacidade humana, na sua original afirmação romântica da liberdade - aqui, com Burns como exemplo superior (...)".





A páginas tantas, falou da ligação dos Escórcios e dos Drummond, cujos antepassados, na Madeira, vamos encontrá-los na História escocesa. A contagiante simplicidade do autor conduziu a interessantes testemunhos de vários que, na plateia, assistiam.

De todo aquele enquadramento creiam que senti, profundamente, o poema da autoria do Professor Carlos Oliveira Santos, dito de uma forma intensa e sedutora - Uma Declaração de Arbroath. Deixo-o aqui.   


é preciso ser livre para ser livre
eu não quero a liberdade p´ra venerar num al
tar a liberdade por falar
quero a liberdade de falar, de ser eu
do qual não há cópia

liberdade, liberdade, eu quero a minha liber
dade a liberdade para todos
liberdade livremente
liberdade com cor
liberdade com dor

liberdade sujeita à própria liber
dade liberdade de experimentar, de sentir
liberdade de errar, de tresvariar
de viver, de morrer
liberdade que não precise de lei
que só aceite uma lei fundada na própria liberdade

tem um preço, a liberdade, mas não se vende
tem um nome, mas não se limita a ele
tem um fim, mas desconhece-o

tenho, muitas vezes, a sensação que não existe 
liberdade, mas quero essa liber
dade        é preciso ser livre para se ser livre

No Prefácio escrito por Billy Kay, escritor, autor de televisão e rádio, poliglota, um militante indefectível da independência da Escócia: "(...) o Carlos não só tem um profundo conhecimento da cultura e da história da Escócia, mas, ao mesmo tempo, ele tem algo dentro de si que lhe dá uma visão excepcional da cultura escocesa, possibilitando-lhe divulgá-la desta maneira tão impressionante e permanente".

Estou a ler, serenamente, as páginas deste livro. Parabéns e obrigado, Caríssimo Professor.

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