quarta-feira, 2 de novembro de 2016

NEM LIÇÕES NEM MANUAIS ESCOLARES - FREINET


Este é um dos textos mais emblemáticos de Freinet, aquele em que preconiza o fim dos manuais escolares e das lições ex-cátedra. Data de 1937 este “manifesto”. Foi durante algum tempo uma obra decisiva para aqueles que escolhiam a Escola Moderna, (1) como modelo de trabalho, nas suas salas de aula. Os manuais escolares eram na altura, quer em França, quer em Portugal, os livros únicos adoptados pelo Ministério da Educação, o que significa que em todo o território e durante décadas, todos os alunos do mesmo ano estudaram pelos mesmos livros. Não existiam os manuais que hoje existem, esta profusão editorial meramente mercantil. Sem se questionar o valor pedagógico, ou a sua utilidade, escolhem-se arbitrariamente manuais que custam demasiado dinheiro aos pais, ou ao erário público. Em vez de auxiliar das aprendizagens, estes manuais são frequentemente adoptados como “programas” que as crianças cumprem preenchendo diariamente fichas sem sentido, com frequência deslocadas do sentido verdadeiro das aprendizagens. As editoras ganham milhões, numa relação custo benefício desequilibrada em desfavor do aluno. Logo o propósito de acabar com os Manuais Escolares, tem ainda hoje toda a actualidade. Quanto às lições, estas são a consequência de todo este “sistema”, ainda organizado e baseado no manual escolar, e no princípio de que, para aprenderem, as crianças têm de ouvir o professor na escola e estudarem pelo manual em casa. Erro demasiado grosseiro e óbvio, que as ciências da educação vêm demonstrando. Luis Goucha.

PELO FIM DAS LIÇÕES E DOS MANUAIS ESCOLARES


O grande erro é, a meu ver, a lição e os trabalhos escolares que dela resultam. É toda a técnica da escola tradicional que tentamos demolir. É um passado de ilusões, por vezes interessantes, mas que não receamos denunciar. Não iremos fazer uma crítica teórica desta técnica. Seria interessante mas não o vamos fazer; é preferível tentar resolver o mais premente, procurando expor os nossos pontos de vista, na proposta de uma prática. Diremos simplesmente para examinarem com atenção a técnica sem lições e sem exercícios escolares impostos, que já experimentámos há algum tempo. E depois com cautela, passo a passo, suprimindo lições e exercícios, para um assunto, primeiro, em seguida para dois e assim sucessivamente. Constatarão, de imediato, uma alteração no funcionamento da sala de aula. Acabem com as lições! Deixem de utilizar a voz e a vossa impaciência para explicar às crianças, que não têm nenhum interesse em vos ouvir, as matérias decorrentes dos programas que preenchem os vossos horários. Ireis deixar de vos enervar com as constantes chamadas de ordem à turma, com os alunos que falam com os companheiros, que fazem barulho com as mesas e cadeiras e nunca são capazes de responder às vossas perguntas inesperadas. Deixem de os obrigar a decorar definições, ou textos. Acabem com os fastidiosos exercícios e trabalhos de casa, acabem com os castigos que decorrem do não acatamento destas ordens.
Resultado: descanso para todos e, sobretudo, a possibilidade de criar entre os alunos e os professores uma intimidade e uma fraternidade, sem as quais será impossível existir uma verdadeira educação; acabem, de uma vez por todas, com esta hostilidade milenar que coloca os alunos contra os professores, numa espécie de opressão permanente de amos contra escravos. A supressão das lições e dos exercícios é uma das condições essenciais à criação de um ambiente educativo novo, que julgamos indispensável. (2) E ao fim de algum tempo podeis comparar os resultados ao nível das aquisições. Garantimos, aos mais renitentes, um sucesso no mínimo equivalente, sobretudo se tivermos em conta de que é possível fazer sentir nas crianças a necessidade de algumas conquistas e de as incentivar a conseguir, por elas mesmas, aquisições escolares que, no passado, só se obtinham com castigos. Basta que recordemos o pouco proveito que tirámos das lições que nos impuseram e dos exercícios que nos demoliram durante a juventude. Pensamos que não será difícil chegar, pelo menos, aos mesmos resultados, mas agora por caminhos bem mais estimulantes. A questão é querer fazer melhor. Para isso não basta abandonar uma técnica; é preciso substituir uma coisa por outra que lhe seja superior. Acreditámos e conseguimos.
Como já dissemos, a Imprensa na Escola está no centro das nossas actividades, é a partir dela que contamos animar o nosso pequeno universo, e levar as crianças a tomar consciência das suas possibilidades e a exteriorizá-las. Insistimos no valor excecional, hoje indiscutível, desta técnica. Com as trocas interescolares, consequência da sua utilização, obtivémos a motivação natural para a escrita, a leitura e gramática. (3) Proponho-me lançar aqui as bases duma técnica de trabalho sem lições, no que diz respeito a outras disciplinas: história, geografia, ciências… Podemos, como em muitas escolas novas, (4) exibir trabalhos, mostrando como é que o interesse pelo trabalho pode suscitar aquisições determinantes em diversas disciplinas. Mas este pensamento só é válido para uma escola de turmas reduzidas. Na prática, nas nossas escolas públicas [com efetivos de 40 ou mais alunos de diferentes níveis escolares] a técnica, por si só, revela-se insuficiente. São precisas regras. E estas regras não serão de certeza autoritárias. Há uma capacidade no espirito das crianças que desprezamos, porque as crianças mataram-na com tais práticas. E depois, aqui chegados, por vezes é difícil o regresso às origens.
Outra consideração importante: a criança, como o adulto, não tem nenhum interesse por um trabalho no qual não veja uma finalidade, o que acontece quase sempre na escola. (5) Para quê impor a um aluno um trabalho longo, destinado a ser sujo pelas correções a vermelho do professor, e só por este avaliado e classificado? Conseguimos que a criança que trabalha sinta sempre que está a servir uma comunidade. Quando escreve, quando imprime, não é para o professor, mas para os seus colegas e para os correspondentes. Quando estuda um problema de história, ciências ou geografia, terá de ter a sensação que o seu esforço vai servir a comunidade a que pertence. Conseguimos isso por dois meios: os Planos de Trabalho e as Conferências.
A Escola tradicional impõe a todas as crianças de uma classe o mesmo trabalho. É preciso que cada criança estude por si todas as matérias do programa. Se dividirmos todos os pontos do programa pelas horas de trabalho das crianças, ao longo do ano, verificaremos que o tempo disponível não permite aprofundar nenhum deles. Esta é a maior loucura da Escola. E se quisermos aprofundar alguma matéria, teremos de negligenciar outras igualmente importantes.(6) A Escola tradicional revista pelos professores da escola nova, é uma anarquia capitalista em que cada um vai para onde o leva o seu interesse individual e a sua fantasia, sem nenhuma consideração pelo interesse geral. É como se um grupo financeiro acreditasse enriquecer a construir automóveis para uma população que precisa de máquinas e tratores. De certa forma, é esta perspectiva que procuramos combater, quando organizamos o trabalho nas nossas salas de aula. Para cada uma das disciplinas do programa, estabelecemos planos de trabalho anuais que comportam, por assim dizer, a lista dos temas que as crianças têm de dominar. Esta lista é simplesmente a matéria do programa, que reproduzimos quase textualmente. As crianças, algumas vezes, irão mais longe, se soubermos manter intacta a sua curiosidade, a sua vontade de aprender, em vez de as obrigarmos a assimilarem conteúdos apenas para debitar. Esta é a nossa pedra de toque. Lamentamo-nos sempre que as crianças não querem estudar, deixando os assuntos pela rama, sem os aprofundar. Mas esquecemo-nos de nos interrogarmos sobre as suas razões: métodos demasiado escolásticos, exercícios a baterem sempre na mesma tecla, a monotonia das lições repetidas que não deixam tempo para mais nada. Pela nossa parte, sabemos que se procurarmos as técnicas e os materiais mais adequados a cada tema de estudo, poderemos esperar tudo das crianças. Observem se as crianças em liberdade, ainda não condicionadas pelo modo de fazer da escola, a andar pelos campos, a agarrar e a olhar uma pedra, um tufo de flores ou ervas, um insecto ou qualquer outro animal… o voo dos pássaros, e veremos logo que a necessidade de aprender faz parte da sua natureza. (7) (…) No dia em que a escola tiver descoberto as [nossas] técnicas, que em vez de aborrecerem as crianças, lhe permitirão ousadamente a conquista dos conhecimentos, não diremos mais que os programas são demasiado ambiciosos

OS MANUAIS ESCOLARES

Manuais escolares ou Pedagogia moderna? Não é um mero jogo de palavras ou uma questão de moda. É todo um comportamento pedagógico e até psicológico que está em causa. Os Manuais escolares nasceram, tal como os conhecemos, numa época em que as crianças tinham tudo a aprender de um mundo que ignoravam. No começo do seculo XX, a escola tinha um livro de leitura, mera coletânea de textos, áridos e vazios, e não existiam manuais para as ciências, a geografia etc. O professor ditava os resumos feitos por si, que os alunos aprendiam de cor, para recitarem de seguida. Era a cultura que tínhamos. Evidentemente fraca e insuficiente. E o manual escolar foi a resposta possível. Não criticamos o manual escolar em si, mas o uso que dele se faz. E se a sua utilização já foi benéfica, hoje está ultrapassada como auxiliar privilegiado. Os Manuais Escolares eram, pois, a expressão de uma forma de ensino destinado a crianças que não tinham outras formas de se instruírem, outras formas de acesso ao conhecimento. Aprendiam o que estava no manual, quisessem ou não. (8) O corolário desta forma de ensino, é a lição do professor: o professor explica, traz os conhecimentos que julga indispensáveis, faz as demonstrações necessárias, e depois dita os resumos para os alunos estudarem em casa. O manual escolar apoia o professor, permite ao aluno rever e estudar a lição, mas o processo é o mesmo: não existe nenhum recurso às iniciativas das crianças. É apenas o professor, ajudado pelo manual, que traz o conhecimento. Em muitos casos, cada vez mais frequentes, o professor toma o manual como a base de ensino, mas tenta melhorá-lo com trabalhos e pesquisas, que são um início de pedagogia moderna. Aliás, muitos manuais escolares têm em conta estas tendências dos professores e apresentam, no final das lições, perguntas e exercícios a fazer, a tal ponto que certos manuais podem mesmo ser considerados como uma base válida para uma pedagogia renovada. É uma etapa pela qual passaram numerosos dos nossos companheiros. Contudo, através desses manuais, continuam as lições em que os alunos ouvem e obedecem, em vez de agir e criar, seguindo todos ao mesmo ritmo, negando os princípios básicos de uma educação autêntica. Cada um tem necessariamente as suas capacidades e o seu ritmo, cada aluno trabalha para si, com o seu livro, onde faz os seus exercícios, mas trabalha distante do trabalho em equipa, de experimentação e pesquisa. É por isso que afirmamos que os manuais escolares, tal como existem, são um travão a uma boa educação, e que é rumo a um outro tipo de escola que é preciso orientar-nos, sem manuais e sem lições «doutorais».

O QUE FOI VÁLIDO NO PASSADO NÃO O É HOJE

Dissemos que no começo do século XX não havia nenhuma outra forma de conhecimento para além da experiencia expressa verbal ou materialmente pelos professores. As coisas mudaram. As fontes do conhecimento multiplicaram-se a ponto de se tornarem invasoras: profusão de revistas científicas ilustradas, inúmeras revistas para as crianças, a rádio, as viagens. (9) Até aos 13 anos, por exemplo, eu nunca tinha saído da minha aldeia … Hoje, com essa idade, há crianças que já quase deram a volta ao mundo! (10) Praticamente já nada temos para ensinar às crianças, eles já viram e ouviram tudo. Mas o excesso faz-se, muitas vezes, em detrimento do aprofundamento dos conhecimentos. A criança não conhece nem os elementos, nem as causas e consequências do que vê. São como as peças de um puzzle que se vem intrincar sobre uma natureza, às quais não consegue aderir, nem incorporar. É como lançar um punhado de sal na comida e nada se alterar no sabor. Melhor, este excesso de conhecimentos monopolizará uma parte das funções intelectuais, em detrimento das que anteriormente influenciavam o comportamento e a compreensão dos indivíduos. Estamos na era em que um excesso de conhecimento tende a bloquear a compreensão e a cultura. Resulta, pois, que os métodos de ensino, considerados válidos desde há muitos anos, são hoje deficientes. Precisamos de procurar uma pedagogia de integração, de cultura, (11) que permita aos alunos, no decurso da sua formação, a compreensão da complexidade que caracteriza, hoje, o mundo.
Freinet 1937

Sérgio Niza fala de Freinet como autor de referência, capaz de inspirar muitas acções pedagógicas mas que, «(…) deixando de ser actor para o diálogo real, se torna, por isso, interlocutor impossível dos potenciais leitores». E, no entanto, o que somos hoje foi, em boa parte, construído no diálogo com interlocutores impossíveis. Não no diálogo que procura soluções práticas em respostas de ontem para problemas de hoje, como se de projecções proféticas se tratassem, mas no diálogo com a história que busca a narrativa que nos fez chegar aqui. O saber não é estático, fixo no tempo, indiferente ao tempo que por ele passa. Como refere Paulo Freire, todos os saberes, uma vez detidos, são sempre saberes passados. Embora tendo uma história que garante a sua autenticidade, só adquirem um sentido actual na utilidade que para eles buscamos. Então, ao aceitarmos a herança de Freinet, aceitamos um saber fazer que podemos investir [actualizado] nas nossas práticas presentes, sem aquela «declaração em nosso desfavor», ou «mágoa pelo que somos e não fizemos como profissionais de educação», de que nos fala Sérgio Niza.


NOTAS

1. Escola moderna identifica o movimento pedagógico criado por Freinet, na 1ª metade do século XX. Trata-se de uma expressão que Freinet tomou do pedagogo Francisco Ferrer i Guàrdia, um catalão notável, que desenvolveu o método racional, privilegiando a educa- ção integral. Acusado de ser um dos instigadores dos acontecimentos sangrentos, que ficaram conhecidos por «semana trágica», é dado por culpado e, à conta disso, condenado à morte. Freinet escolhe a expressão Escola Moderna, demarcando-se da Escola Nova, «porque insistimos muito menos no aspecto novidade do que no da adaptação às necessidades do nosso sé- culo. Uma técnica da escola tradicional pode perfeitamente integrar-se nas nossas concepções, se permitir e facilitar as formas de trabalho que preconizamos» [Freinet e Salengros. «Modernizar a Escola». Lisboa Dinalivro, 1977: p. 9].

2. À ideia de lição está subjacente uma ideia de poder, o poder de quem dá a lição: «levou uma lição que nunca mais esqueceu». Uma lição dá-se sem perguntar a quem se dá se a quer ou não. Claro que libertar o aluno da lição não significa libertá-lo da obrigação trabalhar certos conteúdos do programa, mas permitir-lhe chegar a eles por outras vias.

3. O «Método natural», proposto por Freinet, alimentase destas técnicas. 

4. A «escola nova» ou «escola activa» foi um movimento de renovação pedagógica nascido em finais do séc. XIX, expandindo-se na 1ª metade do séc. XX. Freinet, inicialmente entusiasmado pelas suas propostas, rapidamente perde todo o seu fervor: «nenhuma das teorias podia ser transportada para a minha aldeia. As realizações só eram válidas em certas escolas novas da Alemanha ou da Suiça que, com um número reduzido de alunos e uma enorme profusão de educadores escolhidos, funcionaram em condições que não tinham nada de comparável àquelas em que eu tinha pela frente» [Freinet, citado por A. NUNES, “Freinet, Actualidade pedagógica de uma obra”. Edições ASA, 2002: p. 72].

5. Obviamente, todo o trabalho tem uma finalidade. A questão está em fazer com que a criança a perceba e a sinta como sua. Por vezes [muitas vezes mesmo], o prazer não está na realiza- ção desta ou daquela tarefa, mas no que espero alcançar. O trabalho comporta, tantas vezes, algum tipo de sacrifí- cio, que aceito pelo bem maior que lhe está associado. Daqui decorre a importância dos projectos educativos que implicam as crian- ças desde o momento da sua concepção. 

6. Está hoje na ordem do dia, o tamanho dos programas, que a generalidade dos professores consideram muito extensos, não permitindo o aprofundamento de certas matérias. O problema levantado pela extensão dos programas escolares não é novo. E a manter-se o modelo que obriga todos os alunos a caminharem ao ritmo marcado pelas aulas do professor, teremos sempre temas tratados pela rama. «Não gosto da maneira como nos limitam, em termos de aprendizagem – desabafa um aluno do 9º ano – em que tenho de seguir um processo de aprendizagem igual ao dos outros. Nós fazemos aquilo que a ‘stora’ diz, talvez em um terço do tempo que os outros fazem. Quando nós queremos saber mais e não nos deixam, nós acabamos por nos desinteressar» [in «A escola, o futuro e o 9º H». Grande reportagem SIC]. 

7. Houve tempo em que para sair da escola bastava avisar os pais no dia anterior, pedindo-lhes o seu consentimento, e colocar na porta da escola um aviso, com a indicação do lugar onde estávamos. Hoje isso não é mais possível: somos obrigados, no início do ano, a prever o imprevisível.

8. Hoje o conhecimento está em todo o lado, ao alcance de um clic, de uma forma bem mais aliciante do que a que é apresentada nas aulas. O problema não está no acesso ao saber mas no que fazer com ele, em saber separar o que é verdadeiramente importante, do que é lixo apenas. Num tempo em que o que hoje é, pode não ser amanhã, o domínio dos instrumentos de aprendizagem, tornou-se fundamental. Como diria Roland BARTHES «Há uma idade em que se ensina o que se sabe; mas surge em seguida uma outra em que se ensina o que se não sabe: a isso se chama procurar» [in «Lição». Lisboa, Edições 70, 2007: p.37]. 

9. E hoje, a televisão e todos os conteúdos que podemos consultar e descarregar da web e que nos colocam, num instante, em qualquer parte do mundo. 

10. Há notícia de crianças francesas nas colónias [Vietnam por exemplo], outros que tinham ido à América de barco. Para além de que a sua escola recebeu crianças espanholas de pais refugiados. 

11. Em Portugal, o «Movimeto da Escola Moderna», de certa forma herdeiro da pedagogia de Freinet, tem-se revelado como uma das instituições que mais tem investido nesta procura. 

Uma Nota Final 

O Método natural: os sentidos (não) naturais, no sentido de Freinet. in António NUNES e Daniel LOUSADA, «Do Método Natural ao Texto Livre». Porto, Euedito, 2012: pp. 19-21

A versão portuguesa e texto introdutório de Luís Goucha com notas de: Daniel Lousada, pode ser seguido AQUI. Sítio da Internet: 
https://sites.google.com/site/agoragaia/opiniao-artigos
Publicado exactamente como o original.

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