quarta-feira, 23 de novembro de 2016

COMO GOSTARIA QUE UM SECRETÁRIO DA EDUCAÇÃO DA MADEIRA FOSSE FERNÃO CAPELO GAIVOTA


"(...) O processo criativo é, já em em si, um acto de cultura”, disse Jorge Carvalho. O secretário recordou depois João Capelo Gaivota e o desejo de voar diferente e desafiou os alunos para que possam também pensar diferente. "Aquilo que nos identifica, enquanto espaço cultural, é o que nos diferencia dos restantes. Se não tivermos aspectos diferenciados, acabamos por ser todos iguais”, acrescentou Jorge Carvalho." - DN-Madeira.







Fernão Capelo Gaivota é um romance de Richard Bach, publicado em 1970. É uma história sobre liberdade, aprendizagem e o amor. 






Reflicto naquela declaração e questiono-me: Voar diferente? Pensar diferente? Diferenciar-se dos restantes? Educação como espaço cultural? Mas como, se o Sistema Educativo se caracteriza por um fatinho pronto-a-vestir, de tamanho único e padrão igual, do Caniçal à Ponta do Pargo, do Funchal a S. Vicente? Indo mais longe, do Minho ao Corvo? Quando a lei estipula, a portaria indica todos os passos a seguir, a circular acrescenta e precisa, o ofício chama à atenção, a Escola é controlada e espartilhada em papelada burocraticamente condicionante do acto educativo, o telefonema esclarece a dúvida, o currículo é vertical, o programa transversal, rotineiro e para ser cumprido, os novos paradigmas pedagógicos uma miragem, o professor condicionado pela reunião do conselho pedagógico, de departamento e de grupo, tudo registado em acta e relatórios padronizados e circunstanciados, a aula é magistral e o livro de ponto sagrado, quando questionar coloca um sério problema, pode até pode ser considerado no espaço da indisciplina, quando o aluno é mais receptor que emissor e participante, quando na idade das perguntas se exigem as respostas precisas do manual, quando o teste é mais importante que o SABER, quando não há dinheiro para a visita de estudo e o conhecimento confina-se às quatro paredes de uma sala, quando a "cultura" específica domina a léguas da cultura geral, esta sim, portadora de futuro, enfim, enfim, enfim... como voar diferente? Gostaria que me explicassem de forma séria, honesta e profunda, como cumprir a metáfora de Fernão Capelo Gaivota, quando os dogmas da educação a tudo se sobrepõem?
  
NOTA

"O livro é uma alegoria sobre a importância de se buscar propósitos mais nobres para a vida. À primeira vista, é a história de uma gaivota um tanto incomum, diferente das outras da sua espécie, que não se preocupa apenas em conseguir comida. Fernão Gaivota está preocupado com a beleza de seu próprio voo, em aperfeiçoar sua técnica e executar o mais belo dos vôos.
Ele é tomado pela paixão pelos vôos de todos os tipos, e sua alma decola como as suas experiências, emocionantes triunfos de ousadia e feitos aéreos que prefere desenvolver suas técnicas de voo ao invés de comportar-se como qualquer outra gaivota do bando.
Fernão Capelo Gaivota é um livro que fala sobre a sociedade humana e nossos dogmas, conceitos, restrições, e o mais importante, a busca pela perfeição". 
https://livrospralerereler.blogspot.pt/2009/12/fernao-capelo-gaivota-richard-bach.html

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