segunda-feira, 14 de novembro de 2016

OIÇAM AS CRIANÇAS... O CONFRONTO ENTRE O QUE SENTEM E QUEM DECIDE POR ELAS


É todo o Sistema Educativo que está em causa. Esta sequência de declarações de crianças aplica-se a todas e não apenas às que, alegadamente, manifestam dificuldades na aprendizagem. Depois de as ouvir, interroguem-se! É chegado o tempo de compreender que, na idade das perguntas e da descoberta, não há lugar, apenas, para as respostas constantes dos manuais. Oiçam as crianças. Acrescentem-lhes jogo e vida. Não retirem o tempo para ser criança. Lembrem-se de Jean Chateau (1961): "se o jogo desenvolve as funções latentes, compreende-se que o ser mais bem dotado é aquele que mais joga" (...) 


A PROPÓSITO... 

ESCOLA DOENTE

Um artigo de Luís Goucha 

"Há milhares de crianças – e todos os dias o número aumenta – que iniciam o seu dia a tomar um comprimido para poderem assistir às aulas, a estar sossegados nas aulas, a estar com atenção nas aulas, a estar na Escola sem reacção, apenas para puderem lá estar! Devia isto ser um sinal de alarme, mas os pais e os professores fazem orelhas moucas como bons entendedores que são. Genericamente, as crianças tomam «ritalina» (palavra curiosa e duplamente feminina: Rita e Lina), medicamento caríssimo e de consequências devastadoras, que ao deixar de ser tomado deixa reaparecer toda a sintomatologia e um conjunto de efeitos secundários daí decorrentes: medo, pânico, insónias, tensão... A «ritalina» é prescrita para uma doença inventada: a PHDA, Perturbação de Hiperactividade e «Deficit de Atenção». Deu nome a esta «doença» um famoso psiquiatra americano, Eisenberg, que acabou por se retratar antes de morrer, por todos os males que provocou sem intenção, pois imediatamente a ter enunciado o «mal» os laboratórios apressaram-se a dizer que já tinham medicina para a cura. (...) A falta de emprego, a falta de habitação, a falta de felicidade, não se resolve com nenhum comprimido, apesar de algumas «aflições» poderem ser atenuadas, com eles. É urgente que a «teia» que envolve as crianças e implica os professores, que muitas vezes são parte deste processo errado de diagnóstico, seja desmantelada. É urgente que nos envolvamos, num processo educativo consistente, na resolução de um problema que estas substâncias agressivas apenas disfarçam, numa cura apenas ilusória. A nada ser feito, continuaremos a assistir ao «sucesso» e à «eficácia» de todas estas pastilhas mágicas, devastadoras, que todos procuramos para tudo, em detrimento da procura de solução do problema que, a maior parte das vezes porque tão simples e tão à vista, não conseguimos ver. (...)"

 

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